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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A importância de uma Adoção Especial


Vivemos em tempos onde os olhares são cada vez mais críticos, as imperfeições são apontadas e expostas cotidianamente. Ser um deficiente físico não é nada fácil, pois a sociedade não está aberta às pessoas que possuem alguma deficiência, as ruas não facilitam os deslocamentos, os comércios não são adaptados para pessoas nessa situação. A luta de pessoas com limitações físicas é diárias.  Evoluímos tanto no campo da medicina, na ciência, nos tornamos seres mais polidos mas, ainda assim, não sabemos lidar com a diferença.
Os animais também sofrem por serem especiais e somente há pouco tempo a eutanásia passou a ser descartada no caso de animais que amputam partes do corpo. Há alguns anos atrás está era a única solução apontada por veterinários, ou seja, o animal com fratura que comprometia algum de seus membros era "sacrificado".
Hoje (ainda bem!) evoluímos nesse sentido, muitos animais que tem membros amputados, por diversas razões, levam uma vida tranquila e saudável, se utilizando ou não de cadeiras de rodas. 
Bruce demonstrando quem é o dono do quintal
Este da foto ao lado é o Bruce. Ele foi atropelado nas proximidades do Porto da cidade de Rio Grande/RS. Possivelmente ele passou um final de semana inteiro sentindo a dor de uma fratura exposta. Essa dor que parecia eterna durou até ele encontrar o seu atual dono. Enquanto várias pessoas olhavam o cão agonizando e sugeriam formas rápidas de matá-lo e tirá-lo do sofrimento, o seu atual dono o recolheu e o levou ao veterinário. 
O Bruce estava com uma fratura exposta muito feia e precisou realizar uma cirurgia às pressas. O resultado de tudo isso foi que o Bruce amputou a patinha da frente e ficou com uma das patas traseiras apenas servindo de apoio, sem toda a sua funcionalidade.
O início foi complicado, foram necessários muitos dias dedicados aos curativos e a medicação, mas o Bruce não desistiu de viver, nem os donos desistiram dele.
Quando conheci o Bruce ele tinha um olhar vago, tristonho, como quem ainda remoía todo o sofrimento sentido. Ele brincava pouco com os outros cães, interagia pouco com as pessoas, ficava na caminha dele isolado do mundo. 
Hoje o Bruce é outro cão. A foto dele demonstra bem o estado de espírito em que ele se encontra. Corre por todo o quintal, interage e brinca muito com os seus irmãos peludos, interage com as pessoas e pede carinho. Trago aqui o depoimento da "Mãe" do Bruce: "Só ganhamos ao adotá-lo. Todos os dias, quando ele acorda todo faceiro, aprontando com os irmãos peludos dele, pulando no sofá e cavando buraco na areia, observamos tudo o que ele nos ensinou sobre superar obstáculos e viver bem, viver feliz. Quando ele chegou aqui em casa, estávamos preparados para cuidar, com muito amor, de um cãozinho altamente dependente, que conseguiria caminhar poucas distâncias, que tinha medo de tudo e de todos. Com o tempo, por receber muito carinho, ele foi confiando na gente. E hoje, é um tinhoso! Não enxergamos nem a sombra mais daquele cachorro triste. Tá super solto, passeia longas distância com nossos outros cães, faz tudo (tem uma vida normal). Hoje ele é feliz, e a gente mais ainda por ter a oportunidade de conviver com um ser tão especial." (Hardalla do Valle)
Outro caso semelhante é o da Giulie:
Na última semana nos deparamos com o caso da Madruguinha, uma cadelinha do Campus Carreiros da Furg que foi covardemente atropelada por uma pessoa que nem se quer prestou socorro. Para sorte da nossa pequena guerreira, um grupo de estudantes da Universidade recolheu ela e no outro dia levaram ela ao veterinário. Como o atendimento veterinário não pode ser realizado no mesmo dia em que ela sofreu a fratura, a nossa guerreira passou uma noite inteira de sofrimento. 
No outro dia, diante do Veterinário, ficou constatado que a Madruguinha, necessitaria amputar uma patinha dianteira. O Procedimento foi feito pelo Vet. Sandro Mattos e, só foi devidamente pago depois que os acadêmicos organizaram uma forte mobilização na Universidade para angariar cerca de R$ 1.000 que custearia a cirurgia e também os gastos com medicamentos.
Madruguinha se recuperando da cirurgia
A Madruguinha hoje está provisoriamente na Casa do Estudante da Universidade, entretanto, não pode ficar por lá. Ela precisa mesmo é de uma família que a acolha e a ame da forma como ela é.
Penso que adotar um cão especial é uma linda forma de demonstrar aos seus filhos a não ter preconceito com o diferente, é uma boa forma de demonstrar a si próprio a importância de abrir espaço na sua vida para um ser que passou por tanta dor. 
A Madruguinha vai ter uma vida normal como a de qualquer cão e, como todo bichinho necessita somente de alguém que a ame muito. Ela está cheias de esperança! Além de ter tido a sorte de ter encontrado pessoas que a acolheram nesse momento tão sofrido, ela ganhou muito amor nesse período e está com muita fé ganhar uma boa família. Seja você p responsável por fazer a diferença na vida da Madruguinha, tenho certeza de que o amor recebido será infinito.


Madruguinha retornando do veterinário

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